O suor escorre na minha testa e o ar já ameaça faltar...
O barulho surdo da arquibancada faz meu sangue correr mais depressa e minhas pernas já esqueceram o que estão fazendo. Cansaço, dor e raça. E nada mais.
Nada de grito, nada de alegria, nenhuma comemoração. Somente zero contra zero.
Como se jogado de volta a vida real, ele vem. Maior e mais rapido que realmente é, me parece inpossivel interroper o lance. Como se nada mais existisse, lanço-me sobre ela, como se quisesse destrui-la, mas só a quero pra mim, com carinho...
Ajeito a bola sem habilidade, e toscamente, faço o que todos deviam ter feito. Com um toque desengonçado mas preciso, agora ta com ele.
E mundo para pra assistir...
Poucos toques na bola e muito talento, vai passando pelos gigantes que querem para-lo. Sempre sorrindo e deixando pra traz aqueles que o xingam, mas que o invejam.
Eu nao invejo, eu admiro!
Como num filme onde já se sabe o final, vejo a bola morrer na rede. Dos pes dele. è dele de novo...
Todos correm para abraça-lo, idolatra-lo, os mesmo que não acreditaram que algo saíria bonito daquele lance que começou com o mais desengoçado dos jogadores.
Flexivel e sorridente, novamente dribla os que agora querem comemorar, e toca meu ombro como se nao tivesse feito nada inacreditavel.
-Valeu, cara!
É grito. É gol. É dele, de novo. É Mazzoco.